terça-feira, 30 de junho de 2009







Se a visita começar - como habitualmente acontece - pela portaria do convento, é o claustro a primeira maravilha que surpreende e encanta o visitante. Um verdadeiro poema de beleza franciscana: a elegância e pequenez das colunas e a sobriedade dos arcos em ogiva, a harmonia e recato da galeria superior, o colorido de quatro grandes canteiros de flores, a luz que tudo inunda permitida pela humildade dos edifícios, o vôo e o chilrear das andorinhas que fazem ninho nos beirais, a «irmã glicínia», velha de séculos, rugosa e enlaçada nas colunas, como a lembrar o amor enternecido e teimoso dos frades ao seu convento, e que, quando florida, enche o ambiente dum ar festivo e perfumado... tudo isto cria uma atmosfera de paz, de simplicidade, e de harmonia. O claustro é em dois pisos. No forro do primeiro vai-se desenrolando e entrelaçando o cordão franciscano, formando losangos que emolduram o rodízio de tirar água, divisa do rei-fundador. No chão, pedras sepulcrais cujos números vão desaparecendo, polidos pelas sandálias dos frades ao longo dos séculos. Seguindo pela esquerda, logo a dois passos abre-se uma pequena sala cuja parede do fundo nos oferece, em toda a sua face, um quadro de Santo António em azulejo policromado do séc. XVI. A conservação do mesmo se deve à devoção dum humilde pedreiro que, contratado para o destruir pela sanha iconoclasta de 1910, o escondeu com uma parede falsa. Revelado mais tarde o segredo, foi a parede desfeita e a imagem do Santo Padroeiro voltou ao convívio dos homens.

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