terça-feira, 30 de junho de 2009


Quem, vindo de Torres Vedras, desce o lugar de Varatojo, ou, deixando a estrada Torres - Santa Cruz, sobe por entre os campos ladeando o muro do convento pelo Nascente, chega a um pequeno largo em que se ergue o busto do P. Frei José Pedro Ferreira. Descendo depois o escadório que leva ao átrio da igreja, fica-lhe à direita a janelinha gótica donde, segundo a tradição, D. Afonso V, quando de retiro no convento, falava aos pobres e lhes distribuia esmolas. O escadório é elegante e foi lançado pelo insigne benfeitor P. João Luis de Carvalho, natural da vila de Óbidos e, ao tempo, Beneficiário da Colegiada de Arruda dos Vinhos. Os azulejos que embelezam as testeiras dos seus dois lanços foram aí adaptados, vindos dum convento abandonado, depois de 1834. Já os admirou em 1875 Pinho Leal e lhe fez a seguinte referência: «Em 1834 uns malvados, tão infames como estúpidos, tiraram a picão os olhos de quase todas as figuras. O mesmo fizeram outros que tais naquele ano em outros muitos conventos e igrejas, até no da Graça em Lisboa». Isto se faz constar para que tal selvajaria não se atribua aos bons vizinhos do convento. Uma vez no átrio, passado um formoso portão de ferro forjado a fechar alto arco de pedra mármore encimado pelo nicho de Santo António, o visitante tem à sua esquerda a capela de Nossa Senhora do Sobreiro, de que se falará noutro lugar, e, à sua direita, o pórtico ogival que dá entrada para a igreja, encimado pela palavra «Silêncio».




Sem comentários:

Enviar um comentário