terça-feira, 30 de junho de 2009

Se a visita começar - como habitualmente acontece - pela portaria do convento, é o claustro a primeira maravilha que surpreende e encanta o visitante. Um verdadeiro poema de beleza franciscana: a elegância e pequenez das colunas e a sobriedade dos arcos em ogiva, a harmonia e recato da galeria superior, o colorido de quatro grandes canteiros de flores, a luz que tudo inunda permitida pela humildade dos edifícios, o vôo e o chilrear das andorinhas que fazem ninho nos beirais, a «irmã glicínia», velha de séculos, rugosa e enlaçada nas colunas, como a lembrar o amor enternecido e teimoso dos frades ao seu convento, e que, quando florida, enche o ambiente dum ar festivo e perfumado... tudo isto cria uma atmosfera de paz, de simplicidade, e de harmonia. O claustro é em dois pisos. No forro do primeiro vai-se desenrolando e entrelaçando o cordão franciscano, formando losangos que emolduram o rodízio de tirar água, divisa do rei-fundador. No chão, pedras sepulcrais cujos números vão desaparecendo, polidos pelas sandálias dos frades ao longo dos séculos. Seguindo pela esquerda, logo a dois passos abre-se uma pequena sala cuja parede do fundo nos oferece, em toda a sua face, um quadro de Santo António em azulejo policromado do séc. XVI. A conservação do mesmo se deve à devoção dum humilde pedreiro que, contratado para o destruir pela sanha iconoclasta de 1910, o escondeu com uma parede falsa. Revelado mais tarde o segredo, foi a parede desfeita e a imagem do Santo Padroeiro voltou ao convívio dos homens.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
O edifício conventual abrigaria o máximo de 25 religiosos. Resta da primitiva construção o corredor-dormitório que liga com a entrada para o coro. Um segundo dormitório fazia ângulo com este para Leste, ambos com abóbada de tijolo. O terceiro lanço, que fechava o claustro pelo Nascente, a ligar com a igreja, era ocupado pela biblioteca e outras dependências. O aumento do pessoal, porém, forçou o do edifício. Nos meados do séc. XVI, por certo já depois do terramoto de 1531, que fez grandes estragos no convento, El-rei D. João III, refazendo e aumentando o anterior, lançou pelo lado do Norte, na direcção Leste-Oeste, o chamado «corredor grande». Posteriormente, se não na mesma época, acrescentaram-lhe para a banda do Nascente, o edifício da Enfermaria, transformado, há algumas décadas, em salão para vários usos e agora adaptado para biblioteca e sala de leitura. D. Catarina, esposa de D. João III, ergueu a actual capela-mor da igreja. Merecem, por isso, estes monarcas o nome de segundos fundadores. Com este aumento, chegou o convento a abrigar 50 religiosos com os cursos de filosofia e teologia até 1680. Fez parte da franciscana Provincia dos Algarves, até essa data, e nesse ano passou, como diremos no artigo seguinte, a seminário autónomo para a formação de missionários, com estudos e disciplina apropriada. Para o noviciado do seminário levantaram
sábado, 20 de junho de 2009
Da primitiva traça conserva a fachada e a porta. A porta apresenta arquivolta ogival, de capiteis com máscaras, hera, cachos de uvas, vinhas, folhas de carvalho e glande, base com moldurado característico do reinado de D. Afonso V.
A Igreja do Convento é de uma só nave, sem transepto e as suas paredes são revestidas por azulejos do século XVIII e vários nichos para confessionários, cujos azulejos se compõem de motivos alusivos á confissão.
Os altares laterais são revestidos por talha barroca e possuem uma banqueta de mármores embutidos. A capela-mor é o espaço mais rico da Igreja quer pela sua abobada de berço com caixotões, como pelo forro de azulejos do século XVIII com cenas da vida de Sto. António, emoldurados por largas cercaduras.
Dispõe ainda de outras riquezas que justificam uma visita demorada ao local.
Na sacristia, realce para duas tábuas do século XVII, (representando o Milagre da Mula e o Pentecostes), para os silhares de azulejos do século XVIII, vários armários de parede e um grande arcaz setecentista.
O claustro, de tipo gótico, apresenta dois andares, com arcada ogival assente sobre colunas chanfradas.No andar térreo, o tecto é decorado com o emblema de D. João V, acompanhado pela corda franciscana. Na ala norte, uma porta manuelina, decorada com largos florões, dá acesso à capela do Senhor Jesus, que é forrada de azulejos de ponta de diamante.
Ainda no claustro, o nicho de Sto. António com azulejos policromados representando o Santo.
A sala do capítulo é também de grande interesse pelos seus azulejos de albarradas, do século XVIII, e pelas várias telas entre as quais se destaca a de (Frei António das Chagas).
No Convento, há ainda a realçar a Capela de N.ª Senhora do Sobreiro, em frente à entrada da Igreja, construída em 1777. No seu interior apresenta talha dourada, mármores e colunas, cujos fustes possuem placas imitando lapis-lazúli. No coro alto, azulejos com molduras roxas e amarelas, com cenas da vida da Virgem até ao nascimento de Cristo.


É obra e empenho do nosso monarca D. Afonso V, que em cumprimento de um voto que fizera a Santo António para auxiliá-lo nas conquistas do norte de África, o mandou levantar. Veio ele mesmo, com os fidalgos da sua real Câmara e grande acompanhamento de clero, nobreza e povo, desde a vila de Torres, lançar a primeira pedra em Fevereiro de 1470. Entregou o andamento da obra, com recomendação de ser veloz, ao Vedor da Casa da Rainha, sua mãe, Diogo Gonçalves Lobo.
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